quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Santa Teresa: uma cidade à parte

Santa Teresa nasceu no século XVIII, nos arredores de um convento no Morro do Desterro. O bairro até hoje mantém aspectos de Rio antigo, o que o torna um lugar particularmente especial, parecendo uma cidadezinha à parte. Outra característica marcante é a grande quantidade de ateliês, que historicamente começam a partir da década de 1970, pois com aluguéis baratos, vários artistas, músicos e intelectuais passam a procurar a região para resgatar o clima bucólico e a tranquilidade diante de uma cidade que não parava de crescer. A arte toma conta do bairro, que para os apaixonados pelo local, é chamado apenas de Santa.

Marcelo Jou, 28 anos, designer e grafiteiro, mora em Santa Teresa praticamente a vida toda. Apaixonado pelo bairro, ele não pensa em sair de lá tão cedo: Moro em Santa Teresa há 26 anos. Minha vida sempre foi muito ligada ao bairro, estudei no CEAT e a maioria dos meus amigos é daqui. Desde novo me acostumei com os perrengues de subir para Santa de madrugada, pegar trilha com prancha para ir à praia, entre outras coisas.


Este perrengue de subir as sinuosas ruas do bairro é amenizado com os charmosos bondes que ainda circulam pelas suas ruas estreitas, o que é outra atração peculiar do bairro. Santa Teresa é o único lugar, em todo Brasil, que ainda possui esse meio de transporte, que começaram a circular no século passado, movidos por tração animal e posteriormente por eletricidade.

Além do clima bucólico, Marcelo também acrescenta que a vibe de Santa é diferente, o clima é outro, até a temperatura muda. Ele diz que há algum tempo atrás, ele ainda não se dava conta disso, mas hoje sente que é como se eles vivessem em uma cidade pequena, à parte do Rio de Janeiro. E diz que: Quando andamos nas ruas, nós conhecemos as pessoas, pegamos carona, falamos com o dono do bar... Parece uma relação entre de vizinhos... Acredito que os moradores daqui estão em uma sintonia mais próxima, com pensamentos mais afinados. São pessoas mais politizadas, menos tensas. Apesar de existirem diferentes tipos de moradores, de distintos níveis sociais, eles frequentam os mesmos lugares e acabam ficando parecidos. Hoje em dia eu moro sozinho e tenho meu ateliê em casa, mas durante alguns dias da semana eu vou para o Leblon para dar aulas de grafitte. Acho lá ótimo, um bairro bonito, com pessoas bonitas... Mas quando volto para Santa eu penso: Ufa! Estou em casa! Se eu penso em sair de Santa? Por enquanto não... Gosto de outros lugares, saio, vou dar uma volta, mas para viver, eu vivo aqui mesmo!

Para saber mais sobre o bairro e pegar dicas culturais bacanas para fazer em Santa Teresa, acesse aqui!

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